CAUDATOS
(Salamandras e Tritões)
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Chioglossa
Espécie: C. lusitanica
Descrição, Ano: Bocage, 1864
Nomes Comuns: Salamandra Lusitânica
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Quase Ameaçado (NT)
Estado de Conservação Nacional (Cabral et al. 2005): Vulnerável (VU)
Estado de Conservação Espanha (Blanco & González 1992): Vulnerável (VU)
Distribuição em Portugal: A nível nacional, a Salamandra Lusitânica tem como limites à sua distribuição o rio Tejo a Sul, a Serra da Estrela a Este e as serras do Buçaco e da Lousã a Centro/Oeste.
Morfologia: Na fase larvar, apresenta o corpo alongado, a cabeça achatada e brânquias pouco desenvolvidas. O comprimento total varia entre os 28 e os 50 mm e o seu peso está compreendido entre 0,07 e 0,45 g. A cauda é achatada lateralmente e arredondada na extremidade, com uma crista.
Nas primeiras fases de desenvolvimento apresentam-se totalmente brancas, mas vão escurecendo à medida que vão crescendo, chegando algumas a ser totalmente negras. Na fase adulta, o corpo é alongado com uma longa cauda de secção circular, correspondendo esta a cerca de 2/3 do seu comprimento total e funcionando como reservatório de gordura. A cabeça é pequena e achatada, os olhos grandes e proeminentes colocados lateralmente. Os membros anteriores têm quatro dedos e os membros posteriores cinco dedos curtos e delgados. O comprimento total desta salamandra varia entre os 120 e os 150 mm, sendo as fêmeas geralmente maiores que os machos. O seu peso médio é 2 g, embora as fêmeas com ovos possam atingir os 3,3 g. Apresentam duas bandas de cor dourada ou vermelho cobre ao longo do seu dorso que se unem numa única banda unicolor ao longa da cauda. Estas bandas coloridas contrastam fortemente com a coloração negra do corpo da salamandra e o ventre de cor cinzenta com pequenos pontos brancos.
Habitat e Comportamento: Esta espécie de salamandra caracteriza-se por não possuir pulmões funcionais, respirando essencialmente pela pele. Por esta razão, ela habita locais muito húmidos de zonas montanhosas. Encontra-se em ribeiros de água límpida, bem oxigenada e corrente com vegetação abundante nas margens, nas cavidades das rochas ou sobre pedras com substratos húmidos. Também pode ser encontrada em grutas e galerias de captação de água. Apesar de ser encontrada em zonas montanhosas, ela tem limites relativamente à altitude suportada, não suportando altitudes superiores a 1500 m pois a partir desse nível há uma redução da humidade relativa e também da vegetação das margens dos ribeiros. Os locais onde esta espécie é encontrada são frequentemente rodeados por bosques caducifólios ou lameiros e, por vezes, por campos agrícolas. Esta espécie também é selectiva quanto à temperatura, não se encontrando presente em locais onde a temperatura média do mês de Julho é superior a 22,5 ⁰C. Os adultos apresentam hábitos terrestres mas utilizam o meio aquático para fugirem dos predadores e, por vezes, acasalarem e depositarem os seus ovos. Tem hábitos nocturnos mas, em dias nublados ou chuvosos, ela pode apresentar actividade diurna. Suspende a sua actividade no Verão devido às altas temperaturas e à pouca humidade relativa e suspende também no Inverno devido às baixas temperaturas. A sua locomoção é rápida e ágil, sendo a sua deslocação feita através de movimentos laterais do tronco, auxiliados pela cauda, podendo até dar pequenos saltos.
Alimentação: Na fase larvar, esta espécie alimenta-se sobretudo de pequenos insectos aquáticos, moluscos e crustáceos.
Na fase adulta, a sua alimentação é constituída por insectos, aracnídeos e moluscos de pequenas dimensões.
Reprodução: A maturação sexual é atingida aos 3-4 anos nos machos e aos 4-5 anos nas fêmeas. A época de reprodução varia consoante a área geográfica, sendo em Portugal geralmente entre Maio e Novembro. O acasalamento é precedido de um complexo comportamento de cortejamento que ocorre em meio terrestre ou em águas pouco profundas. A fêmea deposita os seus ovos, entre 12 a 20 ovos, em locais húmidos e protegidos como concavidades naturais nas margens dos cursos de água, debaixo de pedras ligeiramente submersas, em paredes de minas próximas de cursos de água. A eclosão dos ovos ocorre seis a nove semanas após a sua postura.
Factores Ameaça: Podemos em primeiro lugar considerar as ameaças naturais como a predação: em fase larvar, por Cobras d'Água (Natrix maura), escaravelhos aquáticos e larvas de libélulas; em estado adulto por Cobras d'Água (Natrix maura), Víboras (Vipera spp) , Lontras (Lutra lutra), Sapos (da família Bufonidae), e Salamandras (Salamandra salamandra).
Em segundo lugar temos as ameaças antropogénicas: Destruição da vegetação ripícula autóctone e áreas circundantes aos ribeiros; poluição dos cursos de água; sobre-exploração dos recursos hídricos, que reduz o caudal e, consequentemente, limita a disponibilidade de habitat para esta espécie; regularização dos sistemas hídricos, que leva à modificação do leito do rio, à destruição da vegetação ripícola e da vegetação aquática, homogeneizando o habitat, o que provoca carência de locais de refúgio, alimentação e reprodução; aumento de áreas de agricultura intensiva e infra-estruturas nas áreas circundantes às linhas de água, que destrói o habitat desta espécie.
Mitos e Crenças: Não existe nada descrito acerca deste tema para a Salamandra Lusitânica.
Curiosidades: A Salamandra Lusitânica é endémica da Península Ibérica e a sua distribuição restringe-se às regiões montanhosas do Noroeste da Península, englobando a parte Ocidental das Astúrias, Galiza e Noroeste de Portugal.
É a única espécie de anfíbio que faz autonomia da cauda, ou seja, quando se sente ameaçada por um predador, tem a capacidade de libertar a cauda que continua a mover-se para desviar a atenção do predador. No entanto, como a regeneração da cauda é lenta e esta tem importantes funções para o animal, este método é pouco utilizado, sendo a fuga o método de defesa mais usual. Esta espécie tem também um outro método de defesa, produz uma secreção esbranquiçada irritante que a torna escorregadia e assim difícil de capturar.
Apresenta um mecanismo muito especializado para capturar as presas. Possui uma língua pedunculada que é projectada em direcção à presa.
A distinção dos sexos é muito difícil fora da época de reprodução mas durante esta é possível ver-se nos machos calosidades nupciais nas patas anteriores e a região cloacal está mais proeminente.
Referências:
-> Ficha da Espécie C. lusitanica no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/biodiversidade/fauna/anfibios/salamandra-lusitanica, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie C. lusitanica no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-da-Salamandra-lusitanica?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie C. lusitanica no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Chioglossa-lusitanica-7071.htm, acedido a 14 Fevereiro de 2015
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Chioglossa
Espécie: C. lusitanica
Descrição, Ano: Bocage, 1864
Nomes Comuns: Salamandra Lusitânica
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Quase Ameaçado (NT)
Estado de Conservação Nacional (Cabral et al. 2005): Vulnerável (VU)
Estado de Conservação Espanha (Blanco & González 1992): Vulnerável (VU)
Distribuição em Portugal: A nível nacional, a Salamandra Lusitânica tem como limites à sua distribuição o rio Tejo a Sul, a Serra da Estrela a Este e as serras do Buçaco e da Lousã a Centro/Oeste.
Morfologia: Na fase larvar, apresenta o corpo alongado, a cabeça achatada e brânquias pouco desenvolvidas. O comprimento total varia entre os 28 e os 50 mm e o seu peso está compreendido entre 0,07 e 0,45 g. A cauda é achatada lateralmente e arredondada na extremidade, com uma crista.
Nas primeiras fases de desenvolvimento apresentam-se totalmente brancas, mas vão escurecendo à medida que vão crescendo, chegando algumas a ser totalmente negras. Na fase adulta, o corpo é alongado com uma longa cauda de secção circular, correspondendo esta a cerca de 2/3 do seu comprimento total e funcionando como reservatório de gordura. A cabeça é pequena e achatada, os olhos grandes e proeminentes colocados lateralmente. Os membros anteriores têm quatro dedos e os membros posteriores cinco dedos curtos e delgados. O comprimento total desta salamandra varia entre os 120 e os 150 mm, sendo as fêmeas geralmente maiores que os machos. O seu peso médio é 2 g, embora as fêmeas com ovos possam atingir os 3,3 g. Apresentam duas bandas de cor dourada ou vermelho cobre ao longo do seu dorso que se unem numa única banda unicolor ao longa da cauda. Estas bandas coloridas contrastam fortemente com a coloração negra do corpo da salamandra e o ventre de cor cinzenta com pequenos pontos brancos.
Habitat e Comportamento: Esta espécie de salamandra caracteriza-se por não possuir pulmões funcionais, respirando essencialmente pela pele. Por esta razão, ela habita locais muito húmidos de zonas montanhosas. Encontra-se em ribeiros de água límpida, bem oxigenada e corrente com vegetação abundante nas margens, nas cavidades das rochas ou sobre pedras com substratos húmidos. Também pode ser encontrada em grutas e galerias de captação de água. Apesar de ser encontrada em zonas montanhosas, ela tem limites relativamente à altitude suportada, não suportando altitudes superiores a 1500 m pois a partir desse nível há uma redução da humidade relativa e também da vegetação das margens dos ribeiros. Os locais onde esta espécie é encontrada são frequentemente rodeados por bosques caducifólios ou lameiros e, por vezes, por campos agrícolas. Esta espécie também é selectiva quanto à temperatura, não se encontrando presente em locais onde a temperatura média do mês de Julho é superior a 22,5 ⁰C. Os adultos apresentam hábitos terrestres mas utilizam o meio aquático para fugirem dos predadores e, por vezes, acasalarem e depositarem os seus ovos. Tem hábitos nocturnos mas, em dias nublados ou chuvosos, ela pode apresentar actividade diurna. Suspende a sua actividade no Verão devido às altas temperaturas e à pouca humidade relativa e suspende também no Inverno devido às baixas temperaturas. A sua locomoção é rápida e ágil, sendo a sua deslocação feita através de movimentos laterais do tronco, auxiliados pela cauda, podendo até dar pequenos saltos.
Alimentação: Na fase larvar, esta espécie alimenta-se sobretudo de pequenos insectos aquáticos, moluscos e crustáceos.
Na fase adulta, a sua alimentação é constituída por insectos, aracnídeos e moluscos de pequenas dimensões.
Reprodução: A maturação sexual é atingida aos 3-4 anos nos machos e aos 4-5 anos nas fêmeas. A época de reprodução varia consoante a área geográfica, sendo em Portugal geralmente entre Maio e Novembro. O acasalamento é precedido de um complexo comportamento de cortejamento que ocorre em meio terrestre ou em águas pouco profundas. A fêmea deposita os seus ovos, entre 12 a 20 ovos, em locais húmidos e protegidos como concavidades naturais nas margens dos cursos de água, debaixo de pedras ligeiramente submersas, em paredes de minas próximas de cursos de água. A eclosão dos ovos ocorre seis a nove semanas após a sua postura.
Factores Ameaça: Podemos em primeiro lugar considerar as ameaças naturais como a predação: em fase larvar, por Cobras d'Água (Natrix maura), escaravelhos aquáticos e larvas de libélulas; em estado adulto por Cobras d'Água (Natrix maura), Víboras (Vipera spp) , Lontras (Lutra lutra), Sapos (da família Bufonidae), e Salamandras (Salamandra salamandra).
Em segundo lugar temos as ameaças antropogénicas: Destruição da vegetação ripícula autóctone e áreas circundantes aos ribeiros; poluição dos cursos de água; sobre-exploração dos recursos hídricos, que reduz o caudal e, consequentemente, limita a disponibilidade de habitat para esta espécie; regularização dos sistemas hídricos, que leva à modificação do leito do rio, à destruição da vegetação ripícola e da vegetação aquática, homogeneizando o habitat, o que provoca carência de locais de refúgio, alimentação e reprodução; aumento de áreas de agricultura intensiva e infra-estruturas nas áreas circundantes às linhas de água, que destrói o habitat desta espécie.
Mitos e Crenças: Não existe nada descrito acerca deste tema para a Salamandra Lusitânica.
Curiosidades: A Salamandra Lusitânica é endémica da Península Ibérica e a sua distribuição restringe-se às regiões montanhosas do Noroeste da Península, englobando a parte Ocidental das Astúrias, Galiza e Noroeste de Portugal.
É a única espécie de anfíbio que faz autonomia da cauda, ou seja, quando se sente ameaçada por um predador, tem a capacidade de libertar a cauda que continua a mover-se para desviar a atenção do predador. No entanto, como a regeneração da cauda é lenta e esta tem importantes funções para o animal, este método é pouco utilizado, sendo a fuga o método de defesa mais usual. Esta espécie tem também um outro método de defesa, produz uma secreção esbranquiçada irritante que a torna escorregadia e assim difícil de capturar.
Apresenta um mecanismo muito especializado para capturar as presas. Possui uma língua pedunculada que é projectada em direcção à presa.
A distinção dos sexos é muito difícil fora da época de reprodução mas durante esta é possível ver-se nos machos calosidades nupciais nas patas anteriores e a região cloacal está mais proeminente.
Referências:
-> Ficha da Espécie C. lusitanica no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/biodiversidade/fauna/anfibios/salamandra-lusitanica, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie C. lusitanica no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-da-Salamandra-lusitanica?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie C. lusitanica no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Chioglossa-lusitanica-7071.htm, acedido a 14 Fevereiro de 2015
Autor da Ficha: Marlène Emídio
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Lissotriton
Espécie: L. boscai
Descrição, Ano: Lataste, 1879
Nomes Comuns: Tritão de Ventre Laranja ou Tritão Ibérico
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Pouco Preocupante (LC)
Distribuição em Portugal: Esta espécie é endémica da metade Oeste da Península ibérica distribuindo-se por todo o país. No Algarve, ocorre entre outros sítios, na Serra de Monchique e na Serra do Caldeirão.
Morfologia: O Tritão de Ventre Laranja (Lissotriton boscai) é um urodelo de pequeno tamanho, podendo atingir um comprimento total de 65 a 90 mm. O seu nome advém do facto da sua região ventral apresentar uma coloração tipicamente laranja, com manchas escuras redondas que podem formar filas irregulares nas zonas laterais. Em contraste, na sua região dorsal apresenta uma tonalidade castanha, verde-olivácea ou amarelada. Apresenta também ponteados com algumas manchas negras, sendo, por vezes, evidente uma linha vertebral mais clara. As suas glândulas parótidas localizam-se na parte posterior da cabeça. Esta espécie apresenta algum dimorfismo sexual com as fêmeas a apresentarem dimensões superiores aos machos (70-90 mm contra 65-75 mm de comprimento), membros posteriores mais desenvolvidos e cloaca mais pequena. Estas também tendem a apresentar um desenho dorsal mais uniforme e um ventre mais inchado, em contraste com os machos que tendem a apresentar um corpo mais delgado. Estes também tendem a apresentar manchas escuras bem evidentes. Uma outra característica que permite a identificação dos machos é a ocorrência, durante o período de reprodução, de uma banda longitudinal branca que se estende por toda a cauda, sendo contudo mais evidente a sua presença na parte terminal da cauda. As larvas recém-eclodidas desta espécie têm entre 8-10 mm, podendo vir a atingir um comprimento total de 20-30 mm. Estas são caracteristicamente amarelas, tornando-se progressivamente acastanhadas com pequenas pontuações negras. A sua morfologia caracteriza-se pela existência de uma crista dorsocaudal bem desenvolvida com origem na parte posterior da cabeça.
Habitat e Comportamento: Trata-se de um tritão de hábitos marcadamente aquáticos, frequentando as águas de fontes, tanques, charcos, açudes e regatos de montanha. Durante a época seca, pode, no entanto, ser encontrado em terra, estiando sob pedras, troncos caídos e outros locais húmidos.
Alimentação: A alimentação desta espécie varia consoante os indivíduos adultos se encontrem em fase aquática ou terrestre. Os adultos em fase aquática e as larvas alimentam-se de pequenos invertebrados aquáticos, enquanto que a dieta dos adultos em fase terrestre é constituída maioritariamente por invertebrados de consistência mole, como minhocas e lesmas. Também pode ocorrer canibalismo sobre as suas larvas e posturas, ou predação de larvas de outros urodelos.
Reprodução: A reprodução desta espécie dá-se entre Novembro e Junho, contudo este período apresenta variabilidade associada à latitude e longitude. Ou seja, nas zonas baixas e quentes podem-se observar indivíduos na água a partir de finais de Novembro/Dezembro, enquanto que nas zonas frias de alta montanha podem-se observar indivíduos em reprodução apenas a partir de Abril. O acasalamento dá-se na água e envolve um complexo comportamento de corte. O macho coloca-se diante da fêmea, dobra a cauda para a frente de modo a ficar paralela ao corpo, realizando com ela movimentos ondulatórios regulares, que se destinam a enviar partículas odoríferas. No caso da fêmea não ser atraída, o macho pode realizar novos movimentos, entre os quais se destaca o “flamenco”, onde alça a cauda e oscila lentamente a sua ponta para um lado e para o outro. Frequentemente, o macho repete e alterna os diferentes movimentos até a fêmea se deslocar de encontro ao seu flanco. Nesta altura o macho liberta o espermatóforo e afasta-se um pouco. A fêmea ao deslocar-se de novo para junto do macho, fica com a cloaca por cima do espermatóforo, que é absorvido. As posturas ocorrem ao longo de vários dias, e consistem entre 100 a 250 ovos, que aderem individualmente a plantas aquáticas, folhas ou objectos (sacos e outros materiais de plástico) no fundo das massas de água. Os locais de postura são normalmente meios aquáticos com água parada ou corrente fraca e alguma vegetação aquática. A eclosão dá-se 10 a 20 dias após a postura. A duração do período larvar depende de factores como a temperatura e a disponibilidade de alimento.
Factores Ameaça: Os principais factores de ameaça que a afectam são a perda de habitat, incluindo-se aqui a perda de locais de reprodução (charcos) causados pela drenagem para fins agrícolas e urbanização. Outro factor de ameaça é a existência de uma doença (iridovirus) detectada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, que se julga ter sido transferida para o local por um peixe predador introduzido (a perca-sol (Lepomis gibbosus)). Deve-se também considerar o impacto de outras espécies introduzidas como o Lagostim Vermelho do Luisiana (Procambarus clarkii) e o Visão (Mustela vison). Outras ameaças potenciais, de impacto ainda desconhecido, incluem a disseminação do fungo cítrico e as alterações climáticas que tendem a provocar alterações abióticas nos charcos e cursos de água. Apesar de todas estas potenciais ameaças as populações parecem ser resistentes e estáveis.
Podem ainda considerar-se ameaças naturais como: predadores naturais - no caso dos adultos desta espécie são as Víboras Cornudas (Vipera latastei) e Cobras d'Água (Natrix maura); enquanto que os indivíduos em fase larvar são maioritariamente predados por insectos aquáticos, larvas de libélulas, larvas de Salamandra de Pintas Amarelas (Salamandra salamandra) e adultos de Tritão Marmoreado (T. marmoratus marmoratus e T marmoratus pygmaeus).
Mitos e Crenças: Não existe nada descrito acerca deste tema para o Tritão de Ventre Laranja.
Referências:
-> Ficha da Espécie L. boscai no Biodiversidade a Seus Pés, consultado em, http://almargem.org/biodiv/http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-do-Tritao-de-ventre-laranja?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie L. boscai no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/biodiversidade/fauna/anfibios/tritao-de-ventre-laranja, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie L. boscai no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Lissotriton-boscai-6540.htm, acedido a 14 Fevereiro de 2015
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Lissotriton
Espécie: L. boscai
Descrição, Ano: Lataste, 1879
Nomes Comuns: Tritão de Ventre Laranja ou Tritão Ibérico
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Pouco Preocupante (LC)
Distribuição em Portugal: Esta espécie é endémica da metade Oeste da Península ibérica distribuindo-se por todo o país. No Algarve, ocorre entre outros sítios, na Serra de Monchique e na Serra do Caldeirão.
Morfologia: O Tritão de Ventre Laranja (Lissotriton boscai) é um urodelo de pequeno tamanho, podendo atingir um comprimento total de 65 a 90 mm. O seu nome advém do facto da sua região ventral apresentar uma coloração tipicamente laranja, com manchas escuras redondas que podem formar filas irregulares nas zonas laterais. Em contraste, na sua região dorsal apresenta uma tonalidade castanha, verde-olivácea ou amarelada. Apresenta também ponteados com algumas manchas negras, sendo, por vezes, evidente uma linha vertebral mais clara. As suas glândulas parótidas localizam-se na parte posterior da cabeça. Esta espécie apresenta algum dimorfismo sexual com as fêmeas a apresentarem dimensões superiores aos machos (70-90 mm contra 65-75 mm de comprimento), membros posteriores mais desenvolvidos e cloaca mais pequena. Estas também tendem a apresentar um desenho dorsal mais uniforme e um ventre mais inchado, em contraste com os machos que tendem a apresentar um corpo mais delgado. Estes também tendem a apresentar manchas escuras bem evidentes. Uma outra característica que permite a identificação dos machos é a ocorrência, durante o período de reprodução, de uma banda longitudinal branca que se estende por toda a cauda, sendo contudo mais evidente a sua presença na parte terminal da cauda. As larvas recém-eclodidas desta espécie têm entre 8-10 mm, podendo vir a atingir um comprimento total de 20-30 mm. Estas são caracteristicamente amarelas, tornando-se progressivamente acastanhadas com pequenas pontuações negras. A sua morfologia caracteriza-se pela existência de uma crista dorsocaudal bem desenvolvida com origem na parte posterior da cabeça.
Habitat e Comportamento: Trata-se de um tritão de hábitos marcadamente aquáticos, frequentando as águas de fontes, tanques, charcos, açudes e regatos de montanha. Durante a época seca, pode, no entanto, ser encontrado em terra, estiando sob pedras, troncos caídos e outros locais húmidos.
Alimentação: A alimentação desta espécie varia consoante os indivíduos adultos se encontrem em fase aquática ou terrestre. Os adultos em fase aquática e as larvas alimentam-se de pequenos invertebrados aquáticos, enquanto que a dieta dos adultos em fase terrestre é constituída maioritariamente por invertebrados de consistência mole, como minhocas e lesmas. Também pode ocorrer canibalismo sobre as suas larvas e posturas, ou predação de larvas de outros urodelos.
Reprodução: A reprodução desta espécie dá-se entre Novembro e Junho, contudo este período apresenta variabilidade associada à latitude e longitude. Ou seja, nas zonas baixas e quentes podem-se observar indivíduos na água a partir de finais de Novembro/Dezembro, enquanto que nas zonas frias de alta montanha podem-se observar indivíduos em reprodução apenas a partir de Abril. O acasalamento dá-se na água e envolve um complexo comportamento de corte. O macho coloca-se diante da fêmea, dobra a cauda para a frente de modo a ficar paralela ao corpo, realizando com ela movimentos ondulatórios regulares, que se destinam a enviar partículas odoríferas. No caso da fêmea não ser atraída, o macho pode realizar novos movimentos, entre os quais se destaca o “flamenco”, onde alça a cauda e oscila lentamente a sua ponta para um lado e para o outro. Frequentemente, o macho repete e alterna os diferentes movimentos até a fêmea se deslocar de encontro ao seu flanco. Nesta altura o macho liberta o espermatóforo e afasta-se um pouco. A fêmea ao deslocar-se de novo para junto do macho, fica com a cloaca por cima do espermatóforo, que é absorvido. As posturas ocorrem ao longo de vários dias, e consistem entre 100 a 250 ovos, que aderem individualmente a plantas aquáticas, folhas ou objectos (sacos e outros materiais de plástico) no fundo das massas de água. Os locais de postura são normalmente meios aquáticos com água parada ou corrente fraca e alguma vegetação aquática. A eclosão dá-se 10 a 20 dias após a postura. A duração do período larvar depende de factores como a temperatura e a disponibilidade de alimento.
Factores Ameaça: Os principais factores de ameaça que a afectam são a perda de habitat, incluindo-se aqui a perda de locais de reprodução (charcos) causados pela drenagem para fins agrícolas e urbanização. Outro factor de ameaça é a existência de uma doença (iridovirus) detectada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, que se julga ter sido transferida para o local por um peixe predador introduzido (a perca-sol (Lepomis gibbosus)). Deve-se também considerar o impacto de outras espécies introduzidas como o Lagostim Vermelho do Luisiana (Procambarus clarkii) e o Visão (Mustela vison). Outras ameaças potenciais, de impacto ainda desconhecido, incluem a disseminação do fungo cítrico e as alterações climáticas que tendem a provocar alterações abióticas nos charcos e cursos de água. Apesar de todas estas potenciais ameaças as populações parecem ser resistentes e estáveis.
Podem ainda considerar-se ameaças naturais como: predadores naturais - no caso dos adultos desta espécie são as Víboras Cornudas (Vipera latastei) e Cobras d'Água (Natrix maura); enquanto que os indivíduos em fase larvar são maioritariamente predados por insectos aquáticos, larvas de libélulas, larvas de Salamandra de Pintas Amarelas (Salamandra salamandra) e adultos de Tritão Marmoreado (T. marmoratus marmoratus e T marmoratus pygmaeus).
Mitos e Crenças: Não existe nada descrito acerca deste tema para o Tritão de Ventre Laranja.
Referências:
-> Ficha da Espécie L. boscai no Biodiversidade a Seus Pés, consultado em, http://almargem.org/biodiv/http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-do-Tritao-de-ventre-laranja?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie L. boscai no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/biodiversidade/fauna/anfibios/tritao-de-ventre-laranja, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie L. boscai no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Lissotriton-boscai-6540.htm, acedido a 14 Fevereiro de 2015
Autor da Ficha: Tiago Batista
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Lissotriton
Espécie: L. helveticus
Descrição, Ano: Razoumovsky, 1789
Nomes Comuns: Tritão Palmado ou Tritão de Patas Espalmadas
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Vulnerável (VU)
Distribuição em Portugal: Em território nacional conhecem-se apenas algumas populações distribuídas de forma esparsa pelo Noroeste do país, frequentemente em simpatria com o Tritão de Ventre Laranja.
Morfologia: O comprimento vai de 75 a 100 mm, normalmente ficando abaixo dos 90 mm. Possuem membros posteriores relativamente curtos e cauda bem desenvolvida, sendo esta menor do que o corpo.
O dorso é castanho claro ou escuro ou, ainda, verde-oliva, normalmente salpicado de verde ou castanho. As fêmeas podem apresentar uma linha escura lateralmente. A cauda tem duas fileiras de proeminentes manchas escuras e o centro desta é amarelo ou laranja. As patas traseiras são de castanho oliva a preto. A superfície ventral é mais clara, com um amarelo palha ou laranja ao longo da linha mediana da barriga, que é levemente manchada nos machos enquanto que as fêmeas possuem menos ou nenhuma mancha. A garganta é branca ou rosada e não tem manchas. A linha escura do focinho passa através do olho, que possui uma íris preta e dourada.
Habitat e Comportamento: Habita uma grande variedade de biótopos, incluindo prados, bosques e zonas agrícolas, desde o nível do mar até aos 1140 m (Serra do Gerês). Para se reproduzir, pode utilizar diversos habitats aquáticos, preferencialmente com abundante vegetação aquática e água parada ou com pouca corrente, como lagoas costeiras, charcos, tanques, represas e albufeiras.
Alimentação: A alimentação dos adultos é composta por pequenos insectos (adultos e larvas), aranhas e outros invertebrados. As larvas alimentam-se inicialmente de organismos planctónicos, passando posteriormente a consumir invertebrados aquáticos de maiores dimensões, como larvas de insectos.
Reprodução: Nas zonas mais baixas, a reprodução inicia-se em meados de Dezembro e prolonga-se até Maio, enquanto que em zonas montanhosas os indivíduos podem chegar aos habitats aquáticos apenas no início da Primavera. O acasalamento ocorre na água e segue um padrão comum aos restantes tritões da nossa fauna. As fêmeas depositam cerca de 290 a 440 ovos ao longo da época de reprodução, colados individualmente em plantas aquáticas, em objectos ou no substrato do meio aquático. Os habitats de reprodução são constituídos por meios aquáticos de águas paradas ou com pouca corrente, com abundante vegetação aquática. O desenvolvimento embrionário dura 8-14 dias, após o qual ocorre a eclosão. A duração do período larvar varia de acordo com a temperatura e a disponibilidade alimentar, podendo as larvas atingir a metamorfose em seis semanas ou num ano.
Factores Ameaça: Não existe nada descrito acerca deste tema para este Tritão.
Mitos e Crenças: Não existe nada descrito acerca deste tema para este Tritão.
Referências:
-> Ficha da Espécie L. helveticus no Anfíbios em Portugal, http://anfibiosemportugal.blogspot.pt/2013/01/tritao-palmado.html, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie L. helveticus no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/uncategorized/tritao-palmado, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie L. helveticus no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-do-Tritao-palmado?bl=1&viewall=true#Go_1, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie L. helveticus no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Lissotriton-helveticus-6541.htm, acedido a 14 Fevereiro de 2015
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Lissotriton
Espécie: L. helveticus
Descrição, Ano: Razoumovsky, 1789
Nomes Comuns: Tritão Palmado ou Tritão de Patas Espalmadas
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Vulnerável (VU)
Distribuição em Portugal: Em território nacional conhecem-se apenas algumas populações distribuídas de forma esparsa pelo Noroeste do país, frequentemente em simpatria com o Tritão de Ventre Laranja.
Morfologia: O comprimento vai de 75 a 100 mm, normalmente ficando abaixo dos 90 mm. Possuem membros posteriores relativamente curtos e cauda bem desenvolvida, sendo esta menor do que o corpo.
O dorso é castanho claro ou escuro ou, ainda, verde-oliva, normalmente salpicado de verde ou castanho. As fêmeas podem apresentar uma linha escura lateralmente. A cauda tem duas fileiras de proeminentes manchas escuras e o centro desta é amarelo ou laranja. As patas traseiras são de castanho oliva a preto. A superfície ventral é mais clara, com um amarelo palha ou laranja ao longo da linha mediana da barriga, que é levemente manchada nos machos enquanto que as fêmeas possuem menos ou nenhuma mancha. A garganta é branca ou rosada e não tem manchas. A linha escura do focinho passa através do olho, que possui uma íris preta e dourada.
Habitat e Comportamento: Habita uma grande variedade de biótopos, incluindo prados, bosques e zonas agrícolas, desde o nível do mar até aos 1140 m (Serra do Gerês). Para se reproduzir, pode utilizar diversos habitats aquáticos, preferencialmente com abundante vegetação aquática e água parada ou com pouca corrente, como lagoas costeiras, charcos, tanques, represas e albufeiras.
Alimentação: A alimentação dos adultos é composta por pequenos insectos (adultos e larvas), aranhas e outros invertebrados. As larvas alimentam-se inicialmente de organismos planctónicos, passando posteriormente a consumir invertebrados aquáticos de maiores dimensões, como larvas de insectos.
Reprodução: Nas zonas mais baixas, a reprodução inicia-se em meados de Dezembro e prolonga-se até Maio, enquanto que em zonas montanhosas os indivíduos podem chegar aos habitats aquáticos apenas no início da Primavera. O acasalamento ocorre na água e segue um padrão comum aos restantes tritões da nossa fauna. As fêmeas depositam cerca de 290 a 440 ovos ao longo da época de reprodução, colados individualmente em plantas aquáticas, em objectos ou no substrato do meio aquático. Os habitats de reprodução são constituídos por meios aquáticos de águas paradas ou com pouca corrente, com abundante vegetação aquática. O desenvolvimento embrionário dura 8-14 dias, após o qual ocorre a eclosão. A duração do período larvar varia de acordo com a temperatura e a disponibilidade alimentar, podendo as larvas atingir a metamorfose em seis semanas ou num ano.
Factores Ameaça: Não existe nada descrito acerca deste tema para este Tritão.
Mitos e Crenças: Não existe nada descrito acerca deste tema para este Tritão.
Referências:
-> Ficha da Espécie L. helveticus no Anfíbios em Portugal, http://anfibiosemportugal.blogspot.pt/2013/01/tritao-palmado.html, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie L. helveticus no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/uncategorized/tritao-palmado, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie L. helveticus no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-do-Tritao-palmado?bl=1&viewall=true#Go_1, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie L. helveticus no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Lissotriton-helveticus-6541.htm, acedido a 14 Fevereiro de 2015
Autor da Ficha: Tiago Batista
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Pleurodeles
Espécie: P. waltl
Descrição, Ano: Michahelles, 1830
Nomes Comuns: Salamandra de Costelas Salientes; Salamandra dos Poços; Pleurodelo; Galipato
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Quase Ameaçado (NT)
Distribuição em Portugal: Em Portugal está presente de Norte a Sul do território. Na região Algarvia tem uma maior abundância na zona Litoral. Surge também em locais favoráveis do Barrocal, sendo rara nas zonas mais acidentadas do interior do território. Em termos altitudinais podem encontrar-se exemplares no máximo a 900 m sendo, no entanto, as maiores abundâncias registadas a altitudes inferiores a 500 m.
Morfologia: É o maior anfíbio da fauna portuguesa, podendo os adultos ultrapassar os 300 mm de comprimento. O seu nome comum de Salamandra de Costelas Salientes deve-se a uma adaptação defensiva desta espécie que, quando atacada, faz sobressair as extremidades das costelas que coincidem com as 7 a 10 protuberâncias glandulares que se localizam nos flancos laterais do corpo deste animal e segregam uma substância tóxica. As proeminências por onde saem as extremidades das costelas possuem um tom amarelo alaranjado vivo. Em vista dorsal, a cabeça é larga e arredondada com os olhos pequenos mas, proeminentes, situados dorsalmente. O tronco é achatado dorsoventralmente e robusto com uma cauda de cerca de metade do comprimento total do seu corpo. A pele apresenta uma coloração variável no dorso, podendo ser amarelada, esverdeada, acizentada ou castanha, muitas vezes com manchas escuras distribuídas irregularmente, e o ventre é branco acinzentado, com ou sem manchas escuras. Possuem 4 dedos nos membros anteriores e 5 dedos nos posteriores. As larvas possuem brânquias externas espessas, membros e dedos muito finos e a cor do corpo é mais clara que nos adultos. Apresentam dimorfismo sexual, tendo os machos, geralmente, um corpo de menores dimensões e mais delgado do que as fêmeas, tendo, contudo, membros posteriores mais compridos e robustos.
Habitat e Comportamento: Quando ameaçada adopta um postura arqueada e pode até morder e emitir ruídos.
Alimentação: É uma espécie tipicamente voraz que preda sobretudo ao anoitece, desde larvas de insectos e outros invertebrados, passando por moluscos e minhocas e também pequenos peixes, bem como membros da própria espécie. Pode também, em condições adversas, jejuar por meses. Do mesmo modo, as larvas são também carnívoras, capturando crustáceos, larvas de insectos aquáticos e muitas vezes larvas de anfíbios de outras espécies e até da mesma espécie.
Reprodução: A época de reprodução estende-se de Outubro a Maio.
O acasalamento dá-se em meio aquático, em que o macho se coloca sob a fêmea e carrega-a durante horas ou até dias. Quando pronto, o macho produz um saco gelatinoso contendo os espermatóforo (estrutura que contem os espermatozóides) que é recolhido pela cloaca da fêmea.
Esta espécie é ovípara. Assim, alguns dias após a fecundação, a fêmea liberta 200 a 300 ovos, sendo possível libertar até 1300 ovos, cujas dimensões estão compreendidas entre 1.7 e 2 mm. Os ovos estāo dispostos isoladamente ou em grupos, sobre plantas aquáticas ou entre pedras. As larvas eclodem ao fim de cerca de duas semanas e mantêm-se na água durante 3 ou 4 meses, dependendo das condições climáticas. Atingidos cerca de 70 mm de comprimento o desenvolvimento está concluído e as larvas estão aptas para a transição para o meio terrestre.
A maturidade sexual é atingida ao fim de 2 anos de vida.
Factores Ameaça: Predação por espécies introduzidas como o Achigã (Micropterus salmoides), a Carpa (Cyprinus carpio) e ainda o Lagostim Vermelho do Louisiana (Procambarus clarkii).
Mitos e Crenças: Informação brevemente disponível ...
Curiosidades: Nalgumas regiões, sobretudo a Este da Península Ibérica, é comum colocar estas salamandras nos poços, pois elas asseguram que a água se mantenha limpa.
Apresentam uma esperança média de vida que ronda os 20 anos.
Referências:
-> Ficha da Espécie P. waltl no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Salamandra-de-costelas-salientes-quando-a-projeccao-das-costelas-e-uma-defesa?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie P. waltl no Biodiversidade a Seus Pés, consultado em, http://almargem.org/biodiv/especie/pleurodeles-waltl/, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie P. waltl no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Pleurodeles-waltl-6551.htm, acedido a 14 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie P. waltl no ICNF, consultado em, http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/atlas-anfi-rept/resource/docs/anf/pleurodeles-waltl, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Pleurodeles
Espécie: P. waltl
Descrição, Ano: Michahelles, 1830
Nomes Comuns: Salamandra de Costelas Salientes; Salamandra dos Poços; Pleurodelo; Galipato
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Quase Ameaçado (NT)
Distribuição em Portugal: Em Portugal está presente de Norte a Sul do território. Na região Algarvia tem uma maior abundância na zona Litoral. Surge também em locais favoráveis do Barrocal, sendo rara nas zonas mais acidentadas do interior do território. Em termos altitudinais podem encontrar-se exemplares no máximo a 900 m sendo, no entanto, as maiores abundâncias registadas a altitudes inferiores a 500 m.
Morfologia: É o maior anfíbio da fauna portuguesa, podendo os adultos ultrapassar os 300 mm de comprimento. O seu nome comum de Salamandra de Costelas Salientes deve-se a uma adaptação defensiva desta espécie que, quando atacada, faz sobressair as extremidades das costelas que coincidem com as 7 a 10 protuberâncias glandulares que se localizam nos flancos laterais do corpo deste animal e segregam uma substância tóxica. As proeminências por onde saem as extremidades das costelas possuem um tom amarelo alaranjado vivo. Em vista dorsal, a cabeça é larga e arredondada com os olhos pequenos mas, proeminentes, situados dorsalmente. O tronco é achatado dorsoventralmente e robusto com uma cauda de cerca de metade do comprimento total do seu corpo. A pele apresenta uma coloração variável no dorso, podendo ser amarelada, esverdeada, acizentada ou castanha, muitas vezes com manchas escuras distribuídas irregularmente, e o ventre é branco acinzentado, com ou sem manchas escuras. Possuem 4 dedos nos membros anteriores e 5 dedos nos posteriores. As larvas possuem brânquias externas espessas, membros e dedos muito finos e a cor do corpo é mais clara que nos adultos. Apresentam dimorfismo sexual, tendo os machos, geralmente, um corpo de menores dimensões e mais delgado do que as fêmeas, tendo, contudo, membros posteriores mais compridos e robustos.
Habitat e Comportamento: Quando ameaçada adopta um postura arqueada e pode até morder e emitir ruídos.
Alimentação: É uma espécie tipicamente voraz que preda sobretudo ao anoitece, desde larvas de insectos e outros invertebrados, passando por moluscos e minhocas e também pequenos peixes, bem como membros da própria espécie. Pode também, em condições adversas, jejuar por meses. Do mesmo modo, as larvas são também carnívoras, capturando crustáceos, larvas de insectos aquáticos e muitas vezes larvas de anfíbios de outras espécies e até da mesma espécie.
Reprodução: A época de reprodução estende-se de Outubro a Maio.
O acasalamento dá-se em meio aquático, em que o macho se coloca sob a fêmea e carrega-a durante horas ou até dias. Quando pronto, o macho produz um saco gelatinoso contendo os espermatóforo (estrutura que contem os espermatozóides) que é recolhido pela cloaca da fêmea.
Esta espécie é ovípara. Assim, alguns dias após a fecundação, a fêmea liberta 200 a 300 ovos, sendo possível libertar até 1300 ovos, cujas dimensões estão compreendidas entre 1.7 e 2 mm. Os ovos estāo dispostos isoladamente ou em grupos, sobre plantas aquáticas ou entre pedras. As larvas eclodem ao fim de cerca de duas semanas e mantêm-se na água durante 3 ou 4 meses, dependendo das condições climáticas. Atingidos cerca de 70 mm de comprimento o desenvolvimento está concluído e as larvas estão aptas para a transição para o meio terrestre.
A maturidade sexual é atingida ao fim de 2 anos de vida.
Factores Ameaça: Predação por espécies introduzidas como o Achigã (Micropterus salmoides), a Carpa (Cyprinus carpio) e ainda o Lagostim Vermelho do Louisiana (Procambarus clarkii).
Mitos e Crenças: Informação brevemente disponível ...
Curiosidades: Nalgumas regiões, sobretudo a Este da Península Ibérica, é comum colocar estas salamandras nos poços, pois elas asseguram que a água se mantenha limpa.
Apresentam uma esperança média de vida que ronda os 20 anos.
Referências:
-> Ficha da Espécie P. waltl no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Salamandra-de-costelas-salientes-quando-a-projeccao-das-costelas-e-uma-defesa?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie P. waltl no Biodiversidade a Seus Pés, consultado em, http://almargem.org/biodiv/especie/pleurodeles-waltl/, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie P. waltl no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Pleurodeles-waltl-6551.htm, acedido a 14 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie P. waltl no ICNF, consultado em, http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/atlas-anfi-rept/resource/docs/anf/pleurodeles-waltl, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
Autor da Ficha: Vera Santos
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Salamandra
Espécie: S. salamandra
Descrição, Ano: Linnaeus, 1758
Nomes Comuns: Salamandra de Pintas Amarelas; Salamandra de Fogo; Salamandra Comum
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Pouco Preocupante (LC)
Distribuição em Portugal: Em Portugal, está presente em todo o território, sendo, contudo, na região Norte que a espécie apresenta maiores densidades populacionais, nas zonas montanhosas a Norte do rio Tejo, já que é aqui que dispõe das condições óptimas em termos abióticos. Na metade Sul do país apresenta menor abundância, com populações isoladas e restringidas a zonas montanhosas e com elevados índices de húmidade. Consequentemente, esta espécie está ausente apenas nas zonas agrícolas e áridas do Baixo Alentejo, onde quase não existe cobertura arbórea.
Morfologia: O adulto tem pele lisa e húmida, de cor negra e manchas amarelas de disposição e abundância variáveis. Podem ter também pontuações vermelhas. Os padrões de distribuição das manchas são únicos de cada indivíduo (à semelhança das impressões digitais nos humanos). A cabeça é grande, aplanada e arredondada, com olhos relativamente salientes, dispostos lateralmente. Possui glândulas parótidas grandes com poros escuros bem visíveis. O corpo é robusto e apresenta uma fileira de poros glandulares em cada lado da linha média vertebral. Tem um comprimento médio entre os 140 e os 170 mm, sendo que pode chegar aos 30 cm. As fêmeas tendem a ser maiores do que os machos, mais robustas e com a cauda mais curta. Por outro lado, os machos apresentam o corpo mais delgado e membros mais compridos.
Habitat e Comportamento: São animais com hábitos essencialmente nocturnos, encontrando-se activos em condições de humidade elevada e temperaturas não superiores a 15 ºC, habitando assim florestas caducifólias, zonas montanhosas, húmidas e sombrias com elevada precipitação anual, embora na Península Ibérica habitem também Matagais Mediterrânicos.
Podem variar o seu território de ano para ano. Durante o Verão entram em letargia enterrando-se no solo.
Os machos são territoriais, tendo por sua conta, uma área que ronda os 100 m2.
Têm a capacidade de regenerar membros amputados (como acontece, por exemplo, com as caudas das lagartixas) .
Alimentação: As larvas são predadores vorazes alimentando-se de crustáceos e insectos aquáticos, bem como de pequenos vermes e até larvas de anfíbios (quer da mesma espécie como de outras espécies). Já os adultos alimentam-se maioritariamente de insectos como escaravelhos, formigas, moscas e mosquitos mas, também de outros invertebrados como caracóis, lesmas, aranhas, lombrigas e centopeias.
Reprodução: O período reprodutor ocorre entre Setembro e Maio apresentando dois picos reprodutores: o primeiro entre Outubro/Novembro (meio do Outono) e outro entre Fevereiro/Março (fim do Inverno, início da Primavera).
Em Portugal, é a única espécie de anfíbios com reprodução ovovivípara, tendo até sido observados casos em que as larvas nascem metamorfoseadas.
O Acasalamento ocorre em meio terrestre. O macho desliza para o dorso da fêmea, agarrando-a com os membros anteriores. De seguida, liberta um espermatóforo (estrutura que contém os espermatozóides) que a fêmea recolhe com os lábios cloacais. Seguidamente, dá-se no interior da fêmea a fecundação e posterior desenvolvimento dos ovos. Normalmente uma fêmea pode pôr entre 20 e 40 larvas, ainda que existam registos de posturas com 80 larvas. As larvas são independentes e esta fase pode durar de 1 mês a 1 ano. Estas têm pequenas dimensões, aproximadamente 1/6 do comprimento de um adulto e apresentam brânquias para a respiração no meio aquático. A característica que distingue as larvas desta espécie é a existência de uma mancha clara na zona da inserção de cada membro. A transição para o ambiente terrestre dá-se através de metamorfose que pode durar entre 2 a 6 meses. Um pouco antes da metamorfose, algumas larvas já apresentam pele escura com algumas manchas amareladas e ainda uma redução acentuada do tamanho das brânquias.A Maturidade sexual é atingida entre os 3 e 4 anos.
Factores Ameaça: O desaparecimento de zonas húmidas e corpos de água, devidos a incêndios, agricultura e poluição aquática, são as principais ameaças a estes anfíbios, já que a sua reprodução se realiza em meio aquático. São mais afectadas as populações a Sul do território nacional pois são menos densas e estão por isso mais sujeitas à destruição de habitat. É também uma das espécies cuja mortalidade nas estradas é mais elevada sobretudo devido ao seu modo de locomoção lento.
São, ainda, ameaças relevantes, as espécies introduzidas (sobretudo em meio aquático) e que exercem predação sobre as larvas desta espécie. Como é exemplo o Lagostim Vermelho do Louisiana (Procambarus clarkii), presente sobretudo na região Ocidental do Alentejo e que tem uma forte influência negativa sobre este Salamandridae.
Por último, é ainda de salientar as superstição populares em relação às salamandras.
Mitos e Crenças: Informação brevemente disponível ...
Curiosidades: Têm uma esperança média de vida entre 20 a 30 anos em estado selvagem, embora hajam registos de salamandras em cativeiro que chegaram aos 50 anos.
Referências:
-> Ficha da Espécie S. salamandra no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/biodiversidade/fauna/anfibios/salamandra-de-pintas-amarelas, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie S. salamandra no ICNF, consultado em, http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/atlas-anfi-rept/resource/docs/anf/salamandra-salamandra, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie S. salamandra no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Fichas-de-Especies/content/Ficha-da-Salamandra-comum?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie S. salamandra no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Salamandra-salamandra-6534.htm, acedido a 14 de Fevereiro de 2015
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Salamandra
Espécie: S. salamandra
Descrição, Ano: Linnaeus, 1758
Nomes Comuns: Salamandra de Pintas Amarelas; Salamandra de Fogo; Salamandra Comum
Estado de Conservação (I.U.C.N.): Pouco Preocupante (LC)
Distribuição em Portugal: Em Portugal, está presente em todo o território, sendo, contudo, na região Norte que a espécie apresenta maiores densidades populacionais, nas zonas montanhosas a Norte do rio Tejo, já que é aqui que dispõe das condições óptimas em termos abióticos. Na metade Sul do país apresenta menor abundância, com populações isoladas e restringidas a zonas montanhosas e com elevados índices de húmidade. Consequentemente, esta espécie está ausente apenas nas zonas agrícolas e áridas do Baixo Alentejo, onde quase não existe cobertura arbórea.
Morfologia: O adulto tem pele lisa e húmida, de cor negra e manchas amarelas de disposição e abundância variáveis. Podem ter também pontuações vermelhas. Os padrões de distribuição das manchas são únicos de cada indivíduo (à semelhança das impressões digitais nos humanos). A cabeça é grande, aplanada e arredondada, com olhos relativamente salientes, dispostos lateralmente. Possui glândulas parótidas grandes com poros escuros bem visíveis. O corpo é robusto e apresenta uma fileira de poros glandulares em cada lado da linha média vertebral. Tem um comprimento médio entre os 140 e os 170 mm, sendo que pode chegar aos 30 cm. As fêmeas tendem a ser maiores do que os machos, mais robustas e com a cauda mais curta. Por outro lado, os machos apresentam o corpo mais delgado e membros mais compridos.
Habitat e Comportamento: São animais com hábitos essencialmente nocturnos, encontrando-se activos em condições de humidade elevada e temperaturas não superiores a 15 ºC, habitando assim florestas caducifólias, zonas montanhosas, húmidas e sombrias com elevada precipitação anual, embora na Península Ibérica habitem também Matagais Mediterrânicos.
Podem variar o seu território de ano para ano. Durante o Verão entram em letargia enterrando-se no solo.
Os machos são territoriais, tendo por sua conta, uma área que ronda os 100 m2.
Têm a capacidade de regenerar membros amputados (como acontece, por exemplo, com as caudas das lagartixas) .
Alimentação: As larvas são predadores vorazes alimentando-se de crustáceos e insectos aquáticos, bem como de pequenos vermes e até larvas de anfíbios (quer da mesma espécie como de outras espécies). Já os adultos alimentam-se maioritariamente de insectos como escaravelhos, formigas, moscas e mosquitos mas, também de outros invertebrados como caracóis, lesmas, aranhas, lombrigas e centopeias.
Reprodução: O período reprodutor ocorre entre Setembro e Maio apresentando dois picos reprodutores: o primeiro entre Outubro/Novembro (meio do Outono) e outro entre Fevereiro/Março (fim do Inverno, início da Primavera).
Em Portugal, é a única espécie de anfíbios com reprodução ovovivípara, tendo até sido observados casos em que as larvas nascem metamorfoseadas.
O Acasalamento ocorre em meio terrestre. O macho desliza para o dorso da fêmea, agarrando-a com os membros anteriores. De seguida, liberta um espermatóforo (estrutura que contém os espermatozóides) que a fêmea recolhe com os lábios cloacais. Seguidamente, dá-se no interior da fêmea a fecundação e posterior desenvolvimento dos ovos. Normalmente uma fêmea pode pôr entre 20 e 40 larvas, ainda que existam registos de posturas com 80 larvas. As larvas são independentes e esta fase pode durar de 1 mês a 1 ano. Estas têm pequenas dimensões, aproximadamente 1/6 do comprimento de um adulto e apresentam brânquias para a respiração no meio aquático. A característica que distingue as larvas desta espécie é a existência de uma mancha clara na zona da inserção de cada membro. A transição para o ambiente terrestre dá-se através de metamorfose que pode durar entre 2 a 6 meses. Um pouco antes da metamorfose, algumas larvas já apresentam pele escura com algumas manchas amareladas e ainda uma redução acentuada do tamanho das brânquias.A Maturidade sexual é atingida entre os 3 e 4 anos.
Factores Ameaça: O desaparecimento de zonas húmidas e corpos de água, devidos a incêndios, agricultura e poluição aquática, são as principais ameaças a estes anfíbios, já que a sua reprodução se realiza em meio aquático. São mais afectadas as populações a Sul do território nacional pois são menos densas e estão por isso mais sujeitas à destruição de habitat. É também uma das espécies cuja mortalidade nas estradas é mais elevada sobretudo devido ao seu modo de locomoção lento.
São, ainda, ameaças relevantes, as espécies introduzidas (sobretudo em meio aquático) e que exercem predação sobre as larvas desta espécie. Como é exemplo o Lagostim Vermelho do Louisiana (Procambarus clarkii), presente sobretudo na região Ocidental do Alentejo e que tem uma forte influência negativa sobre este Salamandridae.
Por último, é ainda de salientar as superstição populares em relação às salamandras.
Mitos e Crenças: Informação brevemente disponível ...
Curiosidades: Têm uma esperança média de vida entre 20 a 30 anos em estado selvagem, embora hajam registos de salamandras em cativeiro que chegaram aos 50 anos.
Referências:
-> Ficha da Espécie S. salamandra no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/biodiversidade/fauna/anfibios/salamandra-de-pintas-amarelas, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie S. salamandra no ICNF, consultado em, http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/atlas-anfi-rept/resource/docs/anf/salamandra-salamandra, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie S. salamandra no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Fichas-de-Especies/content/Ficha-da-Salamandra-comum?bl=1&viewall=true, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Taxonomia da Espécie S. salamandra no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Salamandra-salamandra-6534.htm, acedido a 14 de Fevereiro de 2015
Autor da Ficha: Vera Santos
Triturus m. marmoratus & Triturus m. pygmaeus
Tritão Marmorado & Tritão Marmorado Pigmeu
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Triturus
Espécie: T. marmoratus
Sub-Espécie: T. marmoratus marmoratus
Descrição, Ano: Latreille, 1800
Sub-Espécie: T. marmoratus pygmaeus
Descrição, Ano: Wolterstorff, 1905
Nomes Comuns: Tritão Marmorado; Tritão de Crista; Tritão Verde
Estado de Conservação (I.U.C.N.): LC - Pouco Preocupante (T. marmoratus marmoratus)
NT - Quase Ameaçado (T. marmoratus pygmaeus)
Distribuição em Portugal: Triturus marmoratus está presente em todo o território continental, no entanto, encontramos a subespécie Triturus marmoratus pygmaeus a Sul do rio Tejo e ao longo da faixa costeira até Aveiro (Litoral Centro) enquanto a subespécie Triturus marmoratus marmoratus está presente a Norte do rio Tejo.
Morfologia: Possui uma cabeça deprimida, com contorno arredondado e olhos proeminentes em posição lateral. O corpo é cilíndrico, com a cauda achatada lateralmente, de comprimento igual ou superior ao corpo, chegando a medir, no total (cauda e corpo), 160 mm. Os membros são bem desenvolvidos, com quatro dedos alongados nas patas anteriores e cinco nas posteriores. A sua pele é granulosa. Dorsalmente, a coloração é verde com manchas ou bandas negras. O seu ventre é branco, creme ou cinza. Em geral, estas características permitem determinar que estamos na presença de Triturus marmoratus. Contudo, para diferenciar as duas sub-espécies, pode considerar-se ainda que Triturus marmoratus marmoratus tem um porte robusto e é maior, a pele é áspera, a coloração ventral é uniformemente escura com pintas brancas e a coloração dorsal e lateral verde escura em rede interligada, enquanto que Triturus marmoratus pygmaeus exibe um porte elegante sendo mais pequeno, com uma pele macia, uma coloração ventral acinzentada e pintalgada e uma coloração dorsal e lateral verde azeitona numa rede fina.
Habitat e Comportamento: Apresenta uma elevada capacidade de se adaptar a diferentes habitats (flexibilidade ecológica), encontrando-se nos mais diferentes biótipos desde que haja um corpo de água associado, seja um rio (de caudal baixo), um lago, um charco (temporário ou não), um poço ou até um simples tanque de pedra. A sua distribuição é também diversificada em termos de altitude: desde o nível do mar até aos 1930 metros de altura (Serra da Estrela). Tem hábitos nocturnos e, como tal, no período diurno, permanece abrigado sob pedras e troncos ou mesmo nas zonas mais fundas das massas de água. É terrestre fora da época reprodutora e aquático durante. Em épocas em que as condições ambientais são menos favoráveis (como temperaturas extremas) pode passar por períodos de inactividade.
Como mecanismo de defesa, segrega substâncias tóxicas pela superfície cutânea e exibem ainda posturas anti-predatórias (levantam e agitam a cauda e esticam os membros posteriores).
Alimentação: No caso dos adultos a sua alimentação contempla insectos, em particular as larvas de insectos aquáticos mas também minhocas, lesmas, caracóis e ainda girinos de outras espécies de anfíbios de menor porte (por exemplo Triturus boscai). Já nos girinos a alimentação baseia-se em larvas de insectos, copépodes e cladóceros.
Reprodução: No que respeita a reprodução, a sub-espécie T. marmoratus marmoratus tende a preferir locais de pequenas dimensões como tanques de pedra e, em geral, ensombrados e de temperatura mais baixas que os seus parentes da sub-espécie T. marmoratus pygmaeus, que chega a encontrar-se (no Alentejo) em poços de grande diâmetro usando as saliências do empedrado como local para se abrigar.
Embora seja variável consoante a região geográfica, altitude e temperatura (para ambas as sub-espécies), em Portugal, a época de reprodução está compreendida entre Outubro e Maio. O acasalamento dá-se em meio aquático e a postura é feita na vegetação e/ou substrato submersos, podendo chegar aos 400 ovos. A fase larvar depende da temperatura e disponibilidade de alimento.
Factores Ameaça: A Sul da Península Ibérica, a redução do número de charcos temporários, quer pela desertificação, quer pela drenagem para actividades agrícolas é um dos factores mais preocupantes. Outro factor ameaça é a predação exercida por espécies introduzidas como o Lagostim Vermelho (Procambarus clarkii) e a Perca Sol (Lepomis gibbosus). Certas populações são influenciadas negativamente pela contaminação das águas de charcos, lagos e poços devido ao uso de pesticidas. Há ainda que considerar o aumento da urbanização.
Mitos e Crenças: Informação brevemente disponível ...
Referências:
-> Ficha da Espécie T. marmoratus no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/uncategorized/tritao-marmorado, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie T. marmoratus no ICNF, consultado em, http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/atlas-anfi-rept/resource/docs/anf/triturus-marmoratus, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie T. marmoratus no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-do-Tritao-marmorado?bl=1&viewall=true#Go_1, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Subespécie T. m. marmoratus no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Triturus-marmoratus-6542.htm, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Subespécie T. m. pygmaeus no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Triturus-pygmaeus-7277.htm, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Triturus
Espécie: T. marmoratus
Sub-Espécie: T. marmoratus marmoratus
Descrição, Ano: Latreille, 1800
Sub-Espécie: T. marmoratus pygmaeus
Descrição, Ano: Wolterstorff, 1905
Nomes Comuns: Tritão Marmorado; Tritão de Crista; Tritão Verde
Estado de Conservação (I.U.C.N.): LC - Pouco Preocupante (T. marmoratus marmoratus)
NT - Quase Ameaçado (T. marmoratus pygmaeus)
Distribuição em Portugal: Triturus marmoratus está presente em todo o território continental, no entanto, encontramos a subespécie Triturus marmoratus pygmaeus a Sul do rio Tejo e ao longo da faixa costeira até Aveiro (Litoral Centro) enquanto a subespécie Triturus marmoratus marmoratus está presente a Norte do rio Tejo.
Morfologia: Possui uma cabeça deprimida, com contorno arredondado e olhos proeminentes em posição lateral. O corpo é cilíndrico, com a cauda achatada lateralmente, de comprimento igual ou superior ao corpo, chegando a medir, no total (cauda e corpo), 160 mm. Os membros são bem desenvolvidos, com quatro dedos alongados nas patas anteriores e cinco nas posteriores. A sua pele é granulosa. Dorsalmente, a coloração é verde com manchas ou bandas negras. O seu ventre é branco, creme ou cinza. Em geral, estas características permitem determinar que estamos na presença de Triturus marmoratus. Contudo, para diferenciar as duas sub-espécies, pode considerar-se ainda que Triturus marmoratus marmoratus tem um porte robusto e é maior, a pele é áspera, a coloração ventral é uniformemente escura com pintas brancas e a coloração dorsal e lateral verde escura em rede interligada, enquanto que Triturus marmoratus pygmaeus exibe um porte elegante sendo mais pequeno, com uma pele macia, uma coloração ventral acinzentada e pintalgada e uma coloração dorsal e lateral verde azeitona numa rede fina.
Habitat e Comportamento: Apresenta uma elevada capacidade de se adaptar a diferentes habitats (flexibilidade ecológica), encontrando-se nos mais diferentes biótipos desde que haja um corpo de água associado, seja um rio (de caudal baixo), um lago, um charco (temporário ou não), um poço ou até um simples tanque de pedra. A sua distribuição é também diversificada em termos de altitude: desde o nível do mar até aos 1930 metros de altura (Serra da Estrela). Tem hábitos nocturnos e, como tal, no período diurno, permanece abrigado sob pedras e troncos ou mesmo nas zonas mais fundas das massas de água. É terrestre fora da época reprodutora e aquático durante. Em épocas em que as condições ambientais são menos favoráveis (como temperaturas extremas) pode passar por períodos de inactividade.
Como mecanismo de defesa, segrega substâncias tóxicas pela superfície cutânea e exibem ainda posturas anti-predatórias (levantam e agitam a cauda e esticam os membros posteriores).
Alimentação: No caso dos adultos a sua alimentação contempla insectos, em particular as larvas de insectos aquáticos mas também minhocas, lesmas, caracóis e ainda girinos de outras espécies de anfíbios de menor porte (por exemplo Triturus boscai). Já nos girinos a alimentação baseia-se em larvas de insectos, copépodes e cladóceros.
Reprodução: No que respeita a reprodução, a sub-espécie T. marmoratus marmoratus tende a preferir locais de pequenas dimensões como tanques de pedra e, em geral, ensombrados e de temperatura mais baixas que os seus parentes da sub-espécie T. marmoratus pygmaeus, que chega a encontrar-se (no Alentejo) em poços de grande diâmetro usando as saliências do empedrado como local para se abrigar.
Embora seja variável consoante a região geográfica, altitude e temperatura (para ambas as sub-espécies), em Portugal, a época de reprodução está compreendida entre Outubro e Maio. O acasalamento dá-se em meio aquático e a postura é feita na vegetação e/ou substrato submersos, podendo chegar aos 400 ovos. A fase larvar depende da temperatura e disponibilidade de alimento.
Factores Ameaça: A Sul da Península Ibérica, a redução do número de charcos temporários, quer pela desertificação, quer pela drenagem para actividades agrícolas é um dos factores mais preocupantes. Outro factor ameaça é a predação exercida por espécies introduzidas como o Lagostim Vermelho (Procambarus clarkii) e a Perca Sol (Lepomis gibbosus). Certas populações são influenciadas negativamente pela contaminação das águas de charcos, lagos e poços devido ao uso de pesticidas. Há ainda que considerar o aumento da urbanização.
Mitos e Crenças: Informação brevemente disponível ...
Referências:
-> Ficha da Espécie T. marmoratus no Charcos com Vida, consultado em, http://www.charcoscomvida.org/uncategorized/tritao-marmorado, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie T. marmoratus no ICNF, consultado em, http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/atlas-anfi-rept/resource/docs/anf/triturus-marmoratus, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Espécie T. marmoratus no Naturlink, consultado em, http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-do-Tritao-marmorado?bl=1&viewall=true#Go_1, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Subespécie T. m. marmoratus no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Triturus-marmoratus-6542.htm, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
-> Ficha da Subespécie T. m. pygmaeus no Naturdata, consultado em, http://naturdata.com/Triturus-pygmaeus-7277.htm, acedido a 17 de Fevereiro de 2015
Autor da Ficha: Bruno Raposo